domingo, 1 de junho de 2008

Momento autoreflexivo (os outros, acho, também eram, porém)

Eis o que diz Fabiana Komesu* sobre o... sobre o... sobre o espaço do qual aqui faço uso:

"Há, pelo menos, dois fatores que justificam a popularidade de uma ferramenta como o Blogger na produção dos escritos pessoais: (1) a ferramenta é popular porque não demanda o conhecimento do especialista em informática para sua utilização e (2) a ferramenta é popular porque gratuita, não se paga (ainda...) por seu uso ou pela hospedagem do blog no site que oferece o serviço."

e

"O blog é concebido como um espaço em que o escrevente pode expressar o que quiser na atividade da (sua) escrita, com a escolha de imagens e de sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet. A ferramenta empregada possibilita ao escrevente a rápida atualização e a manutenção dos escritos em rede, além da interatividade com o leitor das páginas pessoais. Os blogs possuem, portanto, características diferenciadas dos diários tradicionalmente escritos. Acredito que não se deve associá-los porque são acontecimentos discursivos distintos, cuja materialidade advém de “gêneros dodiscurso” também distintos."

Ó, eu acho (o público fica com ânsia) que a posição de que não devemos associar diário com blog é frágil porque acho (o público quase pára de ler, mas continua porque já tá no fim mesmo) que o diário é o gênero mestre da escrita em geral. Mas ó, eu até pararia por aqui, mas ó, dizer que o escrevente "pode expressar o que quiser" é uma afirmação que transborda o balde do possível. Quem escreve o que quer que me prove o contrário, se é que dá pra entender o âmago dessa metáfora do balde transbordando.

*O texto da Fabiana chama-se "Blogs e as práticas de escrita sobre si na internet" e está, ou pelo menos estava, disponível em http://www.ufpe.br/nehte/artigos/blogs.pdf

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